25 de março de 2014

Bruno de Carvalho - Um ano de esforço, dedicação e devoção à procura da glória

Bruno de Carvalho - um ano a recuperar o Sporting
Faz agora um ano que Bruno de Carvalho foi eleito presidente do Sporting e poucos serão os adeptos – haverá mesmo algum? – que não estejam satisfeitos com a queda de Godinho Lopes e a recuperação do projecto desportivo leonino. Já muito foi feito e muito há por fazer. Carvalho tem mérito no que de bom foi conseguido mas também responsabilidades no que vai falhando. Como no tempo dos viscondes, como gosta de apelidar a nova ordem os tempos de José Roquette até Godinho, há quem trabalhe ao lado da nova direcção e quem diga mal nas costas. 
Agora o presidente tem a sorte de ser apoucado por uma minoria silenciosa. Presidentes como Soares Franco enfrentaram uma minoria ruidosa. Felizmente, as feras estão amansadas. De notáveis às bancadas. Se continuarem assim, tudo será mais fácil.

Desportivamente, e apesar de ter sido rapidamente eliminado na Taça de Portugal e na Taça da Liga, o Sporting não tem hoje nada a ver com o da época passada. Um plantel muito mais barato e uma equipa extraordinariamente mais competitiva. O primeiro facto é total responsabilidade de Bruno de Carvalho. O segundo tem também o seu dedo – fundamental a escolha do treinador –, mas aqui entra a capacidade de Leonardo Jardim. E ele é o grande obreiro da equipa que tem enchido de orgulho os sportinguistas pelo país fora. Mesmo que não o percebam.
Leonardo Jardim é uma peça chave no "novo" Sporting


Com um grupo muito mais fraco do que o colocado à disposição de Jorge Jesus, Paulo Fonseca e agora Luís Castro, o madeirense é 2.º classificado e bateu-se com os grandes em todos os jogos, à excepção do realizado na Luz para a liga. Após um ano de recuperação e quando em termos de contratações nem tudo foram rosas – para Montero, Slimani e Jefferson chegaram também Cissé, Magrão ou Welder, para nomear apenas alguns –, Jardim é o grande pilar de Carvalho. Uma escolha errada no banco teria deitado tudo a perder. Que o presidente o tenha sempre presente. E que o discurso do “podíamos ter feito mais” esteja sintonizado com o técnico. O divórcio pode fazer ruir tudo.

Após um ano a apagar fogos, a implementar a reestruturação financeira que estava obrigado a fazer, Bruno de Carvalho tem de ganhar outras batalhas. Mais duras. A consolidação do projecto desportivo, a capacidade de passar das palavras aos actos nas muitas frentes de batalha abertas, de manter o rumo entre Pinto da Costa e Vieira, mais experientes. A tarefa não é fácil, mas o homem que mudou o leão tem também ele de crescer. Só assim o Sporting voltará a ganhar. Jogos já sabe, títulos tem de reaprender.


Bernardo Ribeiro

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