28 de fevereiro de 2014

Cavaleiro em vez de Carlos Mané na selecção: O culminar de escolhas ridículas de Paulo Bento

Carlos Mané promessa Lusa
É difícil para qualquer um perceber a convocatória de Ivan Cavaleiro para a Selecção Portuguesa e o mau presságio que isso significa para os eleitos para o mundial. Custa perceber por haver outros em melhor posição e com mais justiça mereciam ser chamados. Mas neste caso particular, custa perceber o porquê da convocatória de um jovem extremo de 20 anos em... detrimento de outro jovem extremo de 19 anos, chamado Carlos Mané.

Trocando tudo por miúdos, que é o que ambos são, o primeiro, Ivan Cavaleiro, tem 15 jogos realizados ao mais alto nível até agora. Nesses 15 jogos foi suplente em 8. Carlos Mané leva 11 jogos ao mais alto nível, e foi suplente em 6 desses jogos. As diferenças entre os dois recaem em 1. idade: Mané tem menos um ano que Cavaleiro, 2. número de jogos: Cavaleiro tem mais, sobretudo devido à diferença na taça de Portugal e Liga dos Campeões (no entanto foi suplente muito pouco utilizado nesses 3 jogos da competição máxima de clubes), 3. o número de golos: Cavaleiro fez um golo na taça da liga, Mané fez 4 golos, 2 deles no campeonato e 4. importância no plantel ou forma: Cavaleiro é cada vez menos utilizado, Mané é cada vez mais titular.

Não bastasse olhar para os números, porque na maior parte das vezes não basta, poder-se-ia olhar para as exibições e para a forma que os dois apresentam dentro de campo. Para a forma como Cavaleiro faz o seu jogo, e para a forma como Mané se oferece à equipa. Esse trabalho é o trabalho para que Paulo Bento é pago: o de andar a passear de estádio em estádio a ver os jogos. E nesse capítulo, a SportTV faz-lhe ainda o favor de condicionar que os jogos se façam todos em dias diferentes. Bastava pois a Paulo Bento ir ver um jogo a cada dia, e ficaria prontamente esclarecido.

Há ainda outra factor. Pequeno. Insignificante. Quase mínimo. Carlos Mané vem de um clube que formou Luís Figo e Cristiano Ronaldo. Símbolos do futebol português e expoentes máximos da selecção nacional. Vem ainda de um clube que oferece metade dos jogadores que correm em nome do nosso país. Cavaleiro vem de um clube que formou o avançado ponta-de-lança do Rennes. Isso. E João Pereira, que até passar pelo Sporting, nunca se afirmou de quinas ao peito.

Agora, por fim, rendido às evidências, corrijo-me, seria difícil perceber, se não fosse um empresário a mandar num seleccionador. Estou aliás convicto, que esse empresário ainda se sentará no banco de suplentes. Lado a lado com Bento. E que quando Portugal estiver apertado, o empresário até é capaz de jogar. 


Opinião de José Baptista Coelho para a página de facebook Cortina Verde

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